quinta-feira, 3 de abril de 2014

Pare de tomar a pílula! Parei, e agora?

Depois de 20 anos tomando pílula... Oi linda? 20 anos? Nossa!!!! Quando o tempo passou que eu nem vi? Pois bem, lá no meio do curso de Educadora Perinatal, que eu contei no post anterior, meu útero coçou. Fiquei com vontade de engravidar. Não que eu não tivesse tido vontade anteriormente. Pelo contrário, sempre quis ser mãe, mas ainda não tinha chegado a hora.  Emendei o curso de Doula (saiba o que é uma Doula aqui) e fiquei viciada em parto, em estudar sobre parto, gravidez, gestante, amamentação e pronto. Parei com a pílula! A transformação já estava acontecendo. Eu que sempre fui fã número um de pílulas anticoncepcionais, estava morrendo de medo dos sintomas da falta de pílula. Nos últimos dois anos tomando anticoncepcionais sentia muita cólica, muita dor de cabeça e muito cansaço, sono e TPM bravíssima durante os primeiros dias da menstruação. Pensei assim: Putz! Se com pílula eu fico a beira da morte (minha veia dramática saltando) tomando saporra  isso, imagina quando parar? Vou morrer? Vou ficar de cama? E o medão de não conseguir engravidar começou a rondar também. Afinal, meu corpo não sabia ovular naturalmente. Eu não sabia mais como eu funcionava, de quanto em quanto tempo eu ovulava, se ovulava, e se a idosa (35 anos na época) que vos fala ia dar no coro ainda. E ao mesmo tempo, aprendendo cada vez mais sobre a fisiologia da gravidez, sobre parto natural e entendendo que quanto menos interferirmos na natureza, melhor ela funciona, começou a crescer dentro de mim uma certeza de que tudo daria certo. De que eu engravidaria logo, que o meu corpo funcionaria sim! Comecei a tomar ácido fólico antes mesmo de acabar a última cartela. O ácido fólico é importante para a formação do tubo neural do feto, que se forma no começo da gravidez. É recomendado começar a tomar três meses antes de engravidar e continuar tomando no primeiro trimestre de gestação. Aí me deparei com a primeira grande lição da maternidade: não temos controle sobre nada! Anotem aí e repitam comigo: NÃO TEMOS CONTROLE SOBRE NADA! Primeiro mês sem pílula, duas surpresas. Uma é que eu não tive nenhum sintoma de TPM. Nenhum! Como pode? Tava me preparando pra ficar de cama e qual não é a minha surpresa? Sem cólica, sem dor de cabeça, sem fluxo abundante, sem cansaço, sem TPM e sem bebê. Essa é a segunda surpresa. Nada de bebê por um ano. Isso mesmo, UM ANO! Aí comecei a ficar preocupada. Tinha mudado muita coisa dentro de mim. Estava mais natureba, comia melhor, não tomava mais nenhum remédio. Só tratamentos naturais, nada que atrapalhasse o bom funcionamento do meu corpo. E cadê neném? Nada. Estava menstruando de 28 em 28 dias. Um reloginho. Então quando a minha menstruação atrasava um dia, lá ia a Simone na farmácia comprar um teste de gravidez. Era sempre uma frustração. Já estava achando que aquilo não era pra mim. Vai ver não tinha nascido pra ser mãe. Quando estudando mais e mais, conheci o Método de Ovulação Billings, depois vou fazer um post só sobre ele. Mas basicamente é você se conhecer. Conhecer o seu corpo e saber identificar os sinais de que você está no período fértil. Diferente da tabelinha que você calcula o período fértil baseado na data da última menstruação, o MOB nos ajuda a reconhecer os sinais corporais do período fértil. Tinha decidido começar a aplicar o método. Entrei em contato com uma instrutora, marquei com ela pra dali a duas semanas, mas não sei porque, não me lembro agora, tive que desmarcar. Mas nesse meio tempo, comecei a ler tudo sobre o assunto. E comecei a perceber o meu corpo meio que instantaneamente. Fiquei mais conectada com a minha feminilidade, comecei a prestar atenção em como me sentia durante o meu ciclo. E menstruei novamente. Aí desisti de vez e decidi que não ia mais me preocupar com nada disso, desmarquei de novo com a instrutora. E segui a vida. Só que aí, do nada eu comecei a sentir um amor pelas pessoas, coisas, seres... Eu estava muito louca...rs. Fiquei com raiva do meu marido. Amava todo mundo, menos ele. Cheguei a pensar em fugir com o circo! Ameacei o coitado várias vezes. A menstruação atrasou, mas como já tinha acontecido outras vezes, esperei mais um tempo. Com oito dias de atraso fiz o teste só pra desencargo de consciência porque não acreditava mais ser possível engravidar.  E... Bingo! Estava prenhe! Quase não acreditei quando vi os dois risquinhos! Esperei tanto por eles. Chorei, ri, morri de medo. Tudo junto e ao mesmo tempo. Foi assim que eu comecei a minha revolução interna. 


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