sexta-feira, 29 de junho de 2012

Por que não escolher uma Cesariana

POR QUE NÃO ESCOLHER UMA CESARIANA - por Ana Cristina Duarte, Parteira



Antes de mais nada, preciso pontuar cinco idéias rápidas: primeiro, entendo que a cesariana por escolha é um direito da mulher, ela tem direito e ela pode fazer e pronto. Segundo, a via de parto e a amamentação não definem a qualidade da mãe ou da maternagem. Terceiro, o objetivo dessa conversa não é trazer culpa a quem escolheu ou vai escolher, mas sim conhecimento para quem quiser entender essas opções. Quarto, algumas cesarianas são necessárias e paciência, não há o que se fazer, pois a vida da criança é mais importante. Quinto, a maioria das cesarianas indicadas nos serviços privados de saúde são sob falsas alegações, mas não tem como a mãe saber disso.


1) Uma das maiores razões para as mulheres escolherem a cesariana é a questão da dor. Deixando de lado todo o resto, acho que esse ponto é mesmo nevrálgico e merece uma atenção especial. Como o objetivo aqui é ser curta (e não grossa), lembro que hoje em dia existem analgesias muito boas que podem ser usadas a qualquer momento que a mulher deseje. Se quiser ter um trabalho de parto inteiro sem sentir nada (o que seria uma pena, mas é um direito e às vezes a única maneira de enfrentar o medo da dor), exija a presença de um bom anestesista. Fora isso, lembre-se que as coisas começam a ficar intensas mesmo depois da metade do trabalho de parto. Antes disso são apenas umas cólicas rápidas e curtas, perfeitamente suportáveis. A vantagem é que quando o parto acabar, você não está operada. Você levanta e vai cuidar da vida sem qualquer preocupação com uma cirurgia. Claro que você pode levantar e cuidar da vida após a cesariana.

2) Outra razão comum é achar que o bebê corre menos risco na cesariana. Já existem tantos estudos científicos mostrando o quanto é maior o risco da cesariana para o bebê, que não vou poder enumerar aqui. Se você está na dúvida e só falta essa questão para escolher um parto normal, informe-se. A quantidade de vantagens para o bebê no parto normal é provada em todos os artigos, sem exceção. Não estou dizendo que nada acontece no parto normal, mas sim que muito mais coisas negativas podem acontecer na cesariana.

3) Tem gente que pensa que o parto normal é pior para a mãe. Essa informação não procede. Qualquer livro de medicina deixa isso bem claro. A mortalidade e a morbidade da cesariana é bem maior para a mãe. Posso atestar que o parto normal não vai fazer você ficar diferente "lá embaixo". Na dúvida, conheça o site www.mulheres.org.br/fiqueamigadela. E se estiver ao seu alcance, exija um parto sem episiotomia. 

4) Embora o parto não defina a qualidade da maternagem, e não defina quem vai ser aquela pessoa, o fato é que há uma grande diferença pra o bebê entre ser retirado do útero materno sem aviso prévio, sem os hormônios que o preparam para a vida fora do ventre materno, e permitir que ele passe pelo processo de forma natural, fisiológica, cumprindo as metas que a natureza selecionou durante mais de cem mil anos. O parto não é, para o bebê, uma perigosa tormenta, mas sim um caminho muito previsto e importante para prepará-lo para a vida. Assim como podemos evitar que bebês engatinhem para não se sujarem, colocando-os em andadores, e eles não serão pessoas piores ou infelizes por isso, o fato é que esse tipo de salto não é benéfico e não tem como calcularmos objetivamente e em números concretos aquilo de que o bebê está sendo privado. Podemos sempre nos repetir e acreditar que são apenas minutos ou horas, e que isso não faz diferença na vida nossa ou deles. O melhor seria, no entanto, que todas nós tivéssemos acesso a um bom parto, para podermos oferecer aos nossos filhos e a nós mesmas um bom processo de nascimento. Até mesmo o choro de um bebê retirado de forma repentina e levado para um berço aquecido para os "procedimentos" é completamente diferente daquele que nasce devagar, sem pressa, na água, na cama, e é colocado imediatamente em contato pele-a-pele com sua mãe. Se achamos ruim deixar a criança chorando sozinha no carrinho "para acostumar", porque seria normal deixar um recém nascido se debater num berço iluminado cercado por estranhos que lhe inserem tubos no nariz, na boca, no ânus, e lhe pingam colírio cáustico e lhe picam a perna com uma injeção oleosa? Porque achamos que isso não faz qualquer diferença para a construção do indivíduo?

5) Por fim vem a questão mais importante para mim, que é o parto como um evento, e não como uma obrigação. O parto não é apenas o preço que temos que pagar para sermos mães de um bebê. Podemos inclusive adotar e sermos mães adotivas maravilhosas. No entanto o parto pode ser, por si só, um processo muito bom, divertido, intenso, cheio de momentos incríveis, para toda a família. Até os irmãos mais velhos podem ajudar e se sentir participantes dessa festa. O parto é algo que você pode recriar em sua mente, tentando esquecer aquelas histórias horrorosas que te contaram desde que você nasceu, porque essas histórias são de um modelo de assistência que não precisa ser utilizado. Você pode desejar, escolher e exigir um bom parto. Planeje, escolha pessoas interessantes e um modelo de assistência no qual você acredite. Fuja do estereótipo da mulher gritando nua na sala com as pernas abertas sob os holofotes e uma equipe de 12 homens olhando para o meio delas e colocando seus dedos e ferros nervosos lá dentro. Parto não é isso (ou não deveria ser isso). Existem opções. Natural ou com analgesia, mas com muito respeito, decência, privacidade, delicadeza, o parto pode ser um maravilhoso portal para inaugurarmos a maternidade. Pode ser também uma oportunidade impar para se superar os limites, para conhecer novas fronteiras. O bom parto não é uma obrigação. É apenas um direito de toda mulher e de todo bebê.

6) O parto pode ser ou pode não vivenciado. O nascimento vai ocorrer, sempre, e o bebê vai ser muito amado independente de onde saia. O fato é que no Brasil é uma escolha que as mulheres têm, parir ou não parir, eis a questão. Você pode, se quiser, fazer uma escolha diferente e transformar o parto num lindo evento. Mais ou menos como o casamento, você pode viver com alguém sem qualquer cerimônia simbólica. O objetivo da cerimônia é mais do que dar trabalho e fazer a gente gastar um dinheiro enorme, e não é ela que define a qualidade do casamento. O objetivo é marcar o evento, transformar num dia marcante, porque os outros que virão estarão repletos de bons e maus momentos, e vai ser maravilhoso poder voltar naquele dia e lembrar "do dia em que nos casamos". Claro que ir morar junto, levar a mobília e guardar as escovas de dentes juntos tem todo um valor simbólico. Afinal foi "o dia em que fomos morar juntos". Não dá para dizer que é a mesma coisa que fazer uma cerimônia, essa é a verdade. E nem vai dar para chamar de "Cerimônia do Casamento" o dia em que pusemos as escovas de dentes no mesmo copo. Quando abrimos mão de um evento desses, não estamos fadando o resto ao fracasso, não se trata disso. Apenas estamos perdendo uma grande chance de fazer algo muito especial. Comparativamente, não vamos chamar de parto o dia em que nos deitamos para a cirurgia cesariana. No Brasil começamos até a usar o eufemismo "parto cesáreo", depois que a cesariana virou um produto de consumo como qualquer outro, para mudar a impressão que a sociedade tem dessa cirurgia. Até mesmo os médicos obstetras estão usando o eufemismo, evitando eles mesmos enfrentarem a cruel realidade de que estão operando esse absurdo número de mulheres todos os anos.

Em suma, você pode e deve exigir seus direitos. Você pode usar mecanismos legais para garantir o que deseja. Salientando mais uma vez, escolher um parto normal não vai fazer uma mãe melhor. Apenas vai garantir que o seu bebê passe e seja recebido no mundo de uma forma diferente. Vai também garantir e permitir que você conheça novas nuances das possibilidades do seu corpo. Novos limites, novas possibilidades! E depois tem todo o resto, que também é importante. A criação, a amamentação, os cuidados, o apego, o carinho, o amor, etc. Você pode pular apenas uma das etapas e dar o seu melhor em todas as outras. Você pode não pular a etapa. Você pode ser obrigada a pular etapas, quer por limitações físicas, quer pela força do sistema médico. Isso não implica em "mãe melhor e mãe pior". Tenha apenas a certeza de ter e olhar de verdade todas as cartas no baralho antes de escolher o coringa. Eu tenho certeza que você já é ou será uma ótima mãe. Mas não é disso que estamos falando, combinado?

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Assinem por favor!

Toda pessoa que se junta a esta campanha aumenta nossa força de ação. Por favor, separe um minuto para compartilhar este link com todos que você conhece:

http://www.avaaz.org/po/petition/Direito_a_escolha_de_Parto_Direito_de_Poder_Parir_em_Casa/?tta

Vamos fazer a mudança juntos,
Garantindo 

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Aqui está a petição para encaminhar para seus amigos:

Direito à escolha de Parto - Direito de Poder Parir em Casa 

Há milhares de anos o corpo feminino foi feito para parir, e a ciência médica não é capaz de fazer melhor que o corpo humano. O ambiente hospitalar não é capaz de impedir algumas mortes, bem como ainda sobrevivem muitas crianças que são literalmente jogadas (abandonadas). De nada temos 100% de garantia mas cada mulher conhece seu próprio corpo, e deve ter a sua escolha.
Acreditamos que com as informações necessárias toda e qualquer mulher é capaz de parir, e essas informações já são passadas de geração em geração (há milênios às culturas). As raras circunstâncias que uma mulher pode precisar de um campo hospitalar também pode ser ensinado às futuras mães, de uma forma justa e aceita, de preferência humanizada (mais humana e menos interventiva).

O Conselho de Medicina dentro do Brasil pode informar mais e exigir menos, pois educação é tudo que as futuras mães precisam.
Juntamente com esta petição estão os olhos das mulheres que anseiam por um parto mais justo, pelo seu real direito de escolha. Que assim como diversos países de primeiro mundo possamos ter o direito de parir no conforto de nossas casas, e que isso seja aceito pelo nossos sistema. Nós brasileiros também podemos e devemos evoluir!

Nós nos importamos porque não é um parto domiciliar que mata os bebês, e isso já está mais que na hora de ser desmistificado no Brasil.
O parto domiciliar pode ser seguro, e é essa a nossa luta!

Que o Conselho não insista mais em querer fazer tudo de seu jeito, e que tenhamos nossos direitos revelados; o direito de escolha ao parto.
Porque somos muitas e, de qualquer forma, vamos parir fisiológica e espontaneamente.

Conselho, controlar o nascimento é controlar a informação (de parto). E sem informação mais bebês vão morrer! 

http://www.avaaz.org/po/petition/Direito_a_escolha_de_Parto_Direito_de_Poder_Parir_em_Casa/?tta

Enviado pela Avaaz em nome da petição de Garantindo 

Amor e Respeito


Por Otávio Cavalcante Kuhn dos Santos
Texto pra quem acredita (de verdade) na liberdade, se juntem a nós. Dispenso a leitura de quem acha que leva uma vida boa e não faria nada pra mudar:
Quando eu era pequeno, sempre que me perguntavam o que eu queria ser eu dizia: Médico e Professor da Escola Paulista de Medicina. Se bobear algumas vezes ainda devo ter falado que queria ser obstetra. Por quê? Pra mim parece simples, nasci na casa certa para crescer com esse diálogo, cresci vendo o homem mais apaixonado pela própria profissão que já conheci. E, para amar tanto assim uma profissão, ele ama, acima de tudo, a humanidade e a natureza. Num mundo em que todos correm pelo dinheiro, ele me ensinou que tudo o que eu fizesse com amor eu seria bem-sucedido. Esse exemplo de homem, Jorge Kuhn, é meu pai, meu maior exemplo, meu herói, meu melhor amigo. Ele casou com minha mãe, Esmerinda Cavalcante, ou Mema, outro exemplo na minha vida, nunca vi alguém amar o "ninho" desse jeito, exemplo de como criar com amor. E haja coração nessa mãe, porque o que ela reza pela gente não está escrito.
Bom, não só amando a profissão, mas amando a família acima de tudo, ele me mostrou o verdadeiro significado de "família", algo que foi esquecido hoje em dia. Não tenho vergonha alguma de dizer na frente do mundo todo que amo meu pai, que sempre vou amá-lo, que agradeço do fundo do coração por ter nascido nessa família.
Qual foi o resultado dessa criação? Bom, tenho duas irmãs magníficas, Clara Kuhn e Renata Kuhn, com os maiores corações que já conheci, que amam o que fazem e junto comigo, ainda nadam contra essa corrente acéfala que arrasta a maioria hoje em dia (ou alguém conhece um trio composto por: uma Pediatra que ama atuar na saúde pública por poder ajudar as pessoas com menores condições financeiras, sem pensar um tiquinho no dinheiro; uma hoteleira/marketing que atravessou o mundo e foi morar no Paquistão por amor, sem contar a organização de um projeto social que já dura anos; e um estudante de engenharia que nunca pensou em exercer essa profissão pelo dinheiro?).
Um dos grupos de humanização de partos do qual meu pai faz parte organiza todos os anos uma viagem, na qual se encontram pais, mães, e filhos (MUITOS!). Uma vez um dos pais veio me dizer que acha um barato eu e minhas irmãs participarmos destes eventos (tendo em vista que somos os únicos com idade maior que 20 anos). Eu participo mesmo, e participarei todas as vezes que puder, pois estar com minha família, e ver de perto a admiração que estas mães têm pelo meu pai é algo sem preço. Admiração por quê? Pois ele preza a liberdade de escolha das mulheres, ele respeita o parto, sabe que é um momento único na vida de uma mulher, e não vai simplesmente "passar a faca" no dia mais importante de sua vida para chegar em casa à tempo de ver a novela.
Se você teve paciência de ler até aqui, agora vai a explicação do por quê deste texto. Dois dias atrás meu pai apareceu em uma matéria no Fantástico, sobre o parto domiciliar. Ele falou com propriedade as contra-indicações e disse que "o parto não é um ato cirúrgico, o parto é um ato natural" (eu vivo 24 anos na mesma casa que este homem e sei a propriedade com a qual ele fala, ele ama estudar, e tudo aquilo que faz tem embasamento em Medicina baseada em Evidências e mais de 35 anos de estudos). Resultado? O CREMERJ (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) veio então, por nota oficial, comunicar que entrará com uma denúncia contra meu pai, uma denúncia por ele defender o parto domiciliar.
Vamos lá então, se meu pai será crucificado por estar entre a minoria que apóia a liberdade da paciente, que o Brasil seja crucificado por ser a minoria do mundo que prefere a cesárea ao parto normal (sim, o Brasil possui o maior índice, e não é pela cesárea ser o certo). Se meu pai será denunciado por amar o que faz, que denunciem todos aqueles que vivem com amor, e que esse mundo seja transformado em um inferno de ódio. Se meu pai será denunciado por passar horas trabalhando, enquanto o Fulano já fez sua cesárea e está em casa assistindo ao Jornal Nacional, que denunciem o Mandela, o Ghandi, Jesus Cristo, e todos aqueles que trabalharam forte por um mundo melhor.
Estou morando fora do país desde Setembro passado, minha vontade era estar no Brasil para batalhar por aqueles que amo, e, acima de tudo, por aqueles que AMAM. Convido a todos que participem da Marcha do próximo Sábado (16) e domingo (17) (http://www.facebook.com/events/103917906416661/). Essa marcha é muito mais que uma marcha pelo parto, é uma marcha pelo que foi esquecido há muito, a liberdade de expressão e escolha.Hoje cheguei à certeza de tudo o que sempre pensei, vivemos sim numa ditadura. Façamos barulho então, parem a Avenida Paulista e todas as principais avenidas do Brasil, e quem ficar em casa pois acha isso "bobagem de arruaceiros", tenho pena de vocês. Convido a todos para um luta pelo que foi esquecido há muito tempo, a liberdade! E para mostrarmos que não somos robôs deste sistema, no qual o CRM é um pretexto para se ter status, e para esquecer o um dia feito "Juramento de Hipócrates" (ou eu li errado em algum lugar e o nome é Juramento de Hipócritas?).
Otávio Cavalcante Kuhn dos Santos, filho de Jorge Kuhn com orgulho!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Marcha do Parto em Casa!



Em repúdio a posição do CREMERJ as mulheres do Brasil estão organizando uma marcha do parto em casa em apoio ao médico obstetra Jorge Kuhn, que após uma declaração ao Fantástico está sendo alvo de criticas e organizações que querem caçar seu CRM. Leia essa noticia aqui no blog. Essa marcha acontecerá no dia 17 de Junho em todo o Brasil, e em São Paulo, será às 14h, com concentração no Parque Mário Covas na Av. Paulista.
Maiores informações sobre outros locais visitem a página da marcha no facebook- https://www.facebook.com/MarchaDoPartoEmCasa
Aqui vai a nota de repúdio da Ana Cristina Duarte, a obstetriz que estava no parto da Sabrina e na matéria do Fantástico:
NOTA DE REPÚDIO AO CREMERJ
O CREMERJ – Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, decidiu denunciar no conselho de São Paulo um médico paulistano por defender o direito das mulheres darem à luz onde quiserem. Não bastasse o ridículo da situação, de denunciar um médico por defender suas ideias, a questão em si é uma afronta a qualquer mulher, independente de suas escolhas.
O Conselho de Medicina não pode gerir a decisão das mulheres, por qualquer meio que seja. Ao perseguir um defensor dos direitos das mulheres, o CRM tenta tolher a nossa liberdade. O CRM não está preocupado com o médico, mas sim com o que as mulheres possam fazer com seus próprios corpos. Curiosamente o mesmo Conselho não emite uma única linha de repúdio às crescentes taxas de cesariana praticadas sem necessidade e muitas vezes sob falsidade de diagnóstico.
Todos os dias, no Rio de Janeiro, para cara mulher que tem um parto domiciliar planejado, cerca de quinhentas outras estão passando por cesarianas desnecessárias e pré-agendadas, com riscos elevados para mães e bebês, por total conveniência dos médicos representados por esse mesmo conselho. Outras quinhentas estão passando por partos altamente medicalizados, dolorosos, violentos, isoladas, sem direito a acompanhante. O CREMERJ não emite uma única linha de condenação pública a essas práticas abjetas, enquanto se dá ao trabalho de atravessar 500 km para perseguir o médico que diz que as mulheres têm o direito de escolher o local do parto.
O mesmo Conselho perseguiu e cassou o título de um médico local que defendia as Casas de Parto. A pena de cassação foi substituída no Conselho Federal por uma censura pública, mas a postura do Conselho é clara: quem manda nas mulheres somos nós, e o médico que tentar advogar o contrário, será perseguido dentro e fora do estado.
Não estamos mais falando do médico do Rio de Janeiro ou do médico de São Paulo. Agora estamos falando das mulheres, de nossos direitos, dos nossos corpos e de quem toma as decisões. O parto é uma decisão das mulheres! Não nos empurrem suas cesarianas convenientes. Não tentem definir onde e como usamos o nosso corpo.
Que o CREMERJ venha a se preocupar com as mentiras que são ditas entre quatro paredes nos consultórios médicos, para convencer as mulheres a serem operadas. Que o CREMERJ venha a se preocupar com as mortes e doenças maternas e neonatais que ocorrem todos os anos graças a essa epidemia imoral de partos violentos, episiotomias mutiladoras e cesarianas desnecessárias e mentirosas.
Do meu corpo, cuido eu. Não pedi o seu Conselho.
Ana Cristina Duarte, obstetriz, mãe, cortada por cima e por baixo, sem necessidade

quarta-feira, 6 de junho de 2012

É verdade que o parto natural dói muito?


É verdade que o parto natural dói muito?

O medo da dor no parto natural talvez seja um dos maiores responsáveis pela mulher ceder à cesárea ao primeiro convite.

Mamãe deitada com seu bebê recém-nascido no colo - Cienpies Design / ShutterStock
Um dos maiores medos das mulheres grávidas, um dos maiores motivos para ter uma cesárea agendada, o grande mito da dor no parto, a dor da morte, e mais várias besteiras que já ouvi.
Mas será que essa dor é só mito? Será que essa dor é assim tão ruim? Será que para parir um filho é preciso sofrer? Não, para todas as perguntas acima!
A dor do parto não é um mito, ela existe para praticamente todas as mulheres em trabalho de parto, algumas mulheres toleram ela com uma facilidade maior, outras não. Mas nós sabemos que o medo está diretamente relacionado com o tamanho da dor, inclusive o tamanho do seu medo será o tamanho da sua dor. E também não é uma coisa constante, a contração vem, dói, e vai embora.
Quanto mais preparada a gestante estiver, se ela entender a fisiologia do corpo humano no processo, as fases do trabalho de parto, e o que esperar, ela vai passar pelo processo com muita facilidade. Trabalhar esses medos é fundamental, por isso explique para a sua Doula tudo o que você teme, e no trabalho de parto revele os seus medos, só assim ela vai poder ajudar a vencê-los.
Sempre que eu ouço mulheres dizendo que sentiram muita dor eu faço algumas perguntas, e a GRANDE maioria estavam sozinhas durante o trabalho de parto, ou com um acompanhante nervoso do lado, ficavam deitadas durante o processo, com intervenções como a ocitocina ( hormônio que cria uma contração muito mais forte que a natural).
Além disso tudo, ainda passaram o trabalho de parto em um ambiente totalmente estressante, onde aumenta a liberação de adrenalina que aumenta a dor, e diminui a ocitocina que faz com que o colo do útero dilate.
Aliás, esperar pela dor já é um motivo para senti-la,já que o psicológico é muito poderoso, e todos os filmes e novelas mostram cenas horríveis de mulheres gritando e chorando, mostram o suficiente para assustar as gestantes que já estão sensíveis. Existem várias maneiras naturais de lidar com esse desconforto, bolsa térmica quente, massagens, posições, banho de chuveiro, banho de banheira, entre outros.
Mas, lembre-se que se com tudo isso, com todas as dicas, você ainda sentir que a dor é mais do que você pode lidar, sempre existe a analgesia peridural.
Você nunca vai saber como será sem tentar. Muitas mulheres confirmam que a essa sensação é totalmente suportável, outras tem uma tolerância mais baixa, mas TODAS esquecem o que sentiram depois, e  confirmam que vale muito a pena!
Aliás, a cesárea não é indolor, mesmo com todas as medicações e a morfina que a gestante recebe, quando passa, a dor vem. Não deixe o seu parto de lado por MEDO!
O parto natural é cientificamente comprovado o melhor para mãe e bebê, quando ambos estão saudáveis!

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