terça-feira, 15 de abril de 2014

Finalmente grávida!



Depois de tanto esperar, sonhar, imaginar... Eis que surge o segundo risquinho no teste de gravidez. Por um momento o tempo parou. Olhei para aqueles dois risquinhos e pensei: Isso é meu filho? Será verdade? E agora? O que eu faço? E a primeira palavra que veio a minha mente foi: fudeu! É, foi isso mesmo. Não foi: que maravilha! Que felicidade! E todos os outros pensamentos lindos cheios de coraçõeszinhos... Depois veio a alegria, meio esquisita, mas era alegria sim. E fui oscilando entre fudeu e que maravilha por duas semanas. E a raiva pelo meu marido crescia também. Afinal, o culpado por eu estar naquela situação era ele né? (sonsa eu). Metade de mim era pura felicidade e a outra metade era medo. E depois culpa. Olha ela aí, a culpa! O sobrenome de toda mãe. Ela já começou a aparecer logo no comecinho. Todo mundo vinha me dar parabéns e eu até que estava feliz, mas não sentia toda essa alegria e felicidade que todo mundo demonstrava, e deduzia que eu sentia, ao me cumprimentar. E eu me sentia culpada por não estar nas nuvens como todo mundo achava. Será que eu não queria ser mãe e só tinha me dado conta bem naquele momento? Resolvi escarafunchar meus livros sobre psicologia e encontrei o  A Psicologia da Gravidez Parto e Puerpério - Maria Tereza Maldonato, e comecei a raciocinar novamente. Aceitar meus medos, a não me sentir culpada por estar com aquele sentimento de que minha vida tinha acabado. E na verdade de uma certa forma a minha vida antes da gravidez tinha acabado mesmo. Estava começando a ser gerada uma nova Simone. E o novo assusta. Mesmo o novo bom, esperado, desejado. Por mais que eu conhecesse o assunto, estudava sobre gravidez há algum tempo, mas na prática a teoria é outra!  Aí veio o choro. Com qualquer coisa, qualquer motivo e muitas vezes, sem motivo algum. Ah os hormônios! Eles estavam tomando conta de mim. E junto com o chororô, o medo, a culpa, a alegria, o amor, veio a azia e o enjoo. Eu que sempre amei peixe, não podia sequer imaginar que eles existiam. Uma vez meu cunhado veio em casa e eu sabia que tinha um peixe no freezer. Fiz ele levar. Não podia imaginar um peixe sob o mesmo teto que eu! Depois veio o enjoo do café, que eu também sempre amei. E depois do tomate. E no meio disso tudo, um sono incontrolável! Eu não parava em pé! E que delícia dormir no meio da tarde sem culpa! Aí ó, nessas horas ela sumia! Rs. E assim foram os três primeiros meses. No segundo trimestre eu já não sentia mais enjoo de quase nada, só do peixe e do tomate, e não sentia mais sono. Pelo contrário, tinha um pique fora do normal pra mim. Levantava cedo e não parava o dia todo. Só parava de noite porque o corpo não aguentava, mas a minha cabeça ficava a mil por hora e eu achando que dormir era perda de tempo, que eu poderia estar fazendo um milhão de outras coisas em vez de dormir. Hormônios! Olha eles aí de novo!
Veio o terceiro e último trimestre e com ele um cansaço nas pernas nos dias mais quentes. Mas como eu fazia yoga desde o começo, driblei bem as dores nas costas e pernas com posturas, respiração e acupuntura com a minha amiga Anninha. 
Fiz meu pré natal (sobre o pré natal, vou fazer um outro post contando tudo) com a parteira que estaria no meu parto e também com a médica obstetra que seria a minha backup se por algum motivo não rolasse o parto domiciliar. Aqui você encontra informações sobre quem pode fazer um parto domiciliar.
Desde antes de engravidar eu sabia que teria meu bebê em casa. O curioso é que antes de fazer o curso de Educadora Perinatal e Doula eu não cogitava um parto em casa. Achava que aquilo não era pra mim e que era coisa de gente doida ou que teria que ter uma estrutura cinematográfica para ser seguro. Mas na verdade não é nada disso. Parto em casa é seguro, desde que você faça um bom pré natal, que sua gravidez seja de baixo risco e que você tenha uma equipe competente. E é claro, que você queira de verdade, que você não consiga se imaginar e nem se sentir segura em outro lugar pra parir, que não seja a sua casa. E era isso o que eu sentia depois de ver vários vídeos de parto, depois de ler e estudar sobre o assunto e depois de acompanhar um parto domiciliar. Vi que era assim que fazia sentido pra mim. Era assim que meu bebê chegaria. Em casa. Com a minha família e amigos. E meu marido não teve outra escolha senão aceitar e embarcar nessa comigo. Me lembro que no meio de um dos cursos que eu fiz, quando eu comecei a pensar no assunto e a gostar da ideia, falei pra uma amiga que fazia o curso e que tinha tido o seu bebê em casa, que eu até que gostaria, mas que o meu marido nunca aceitaria. Lembro das palavras da Anna Marcia até hoje: quando você quiser de verdade, ele vai te apoiar! E foi assim. Me apoiou. Confiou em mim, nas minhas escolhas, na equipe. Não perguntei se ele toparia, não perguntei a sua opinião. Eu afirmava que teria nosso filho em casa quando o assunto surgia. E como eu fiquei totalmente monotemática. Só fala em parto, em parto domiciliar, em bebês e em todos os assuntos ligados a humanização da assistência ao parto, que acho que acabei fazendo uma lavagem cerebral no pobre rs. E quando engravidei, só tivemos que conversar sobre os detalhes e apresentar a equipe a ele. 
Bom, foi assim a minha gravidez e foi assim que as minhas escolhas começaram a ganhar forma, a se concretizarem e se tornarem o começo da minha jornada como mãe. 
E com vocês, como foi?


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