terça-feira, 9 de setembro de 2014

Grupos de pós parto para que?



Afinal para que tantos grupos de pós parto por aí? Respondo a essa pergunta com um trecho do livro da Laura Gutman - Mulheres visíveis, mães invisíveis:

"O puerpério

Esse estranho período posterior ao nascimento do bebê produz uma sucção celestial em direção ao interior de si mesma. Aparecem clarões de imagens do passado, lembranças de cheiros, sensações físicas que nos fazem voltar a uma infância anterior à infância. Estes estados, que chamaremos de "alterações da consciência", são caracterizados pelas alterações de percepção, incluindo todo o espectro sensorial. As emoções são intensas, insólitas, cheias de imagens pertencentes à nossa história pessoal ou talvez ao universo. A consciência é modificada por sensações angustiantes, mas não perdemos o controle da realidade cotidiana. Durante o puerpério se experimentam, justamente, duas realidades emocionais simultâneas. É possível passar da "paz celestial" ao "terror e desespero". Tais experiências são independentes da formação intelectual prévia, da ideologia ou da maturidade emocional com que tenhamos chegado à maturidade. De qualquer maneira, trata-se de experiências de abertura espiritual, difíceis de classificar. Por isso achamos que estamos enlouquecendo...

... quando nasce uma criança, a solidão e o desconcerto das mães é moeda corrente. Porque não há comunidade que nos apoie, nos ampare, nos transmita sabedoria interior, nem satisfaça necessidade física ou emocional alguma."

 Os grupos estão aí fazendo o papel da tribo, da vila, das famílias. Hoje em dia, principalmente nas grandes cidades, estamos isoladas no convívio da família nuclear. O pai sai para trabalhar e nós ficamos sozinhas em casa com um bebê nos braços. E quem cuidará de nós?
Existem muitos grupos de apoio e pós parto. Procure um perto de você. Não se isole. Experimente a sensação de ser acolhida cuidada e ouvida. 


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