sexta-feira, 18 de março de 2011

O Desenvolvimento Auditivo do Bebê

Como identificar e estimular um bom desenvolvimento auditivo no seu bebê

Para que haja uma boa aquisição e um bom desenvolvimento na fala e linguagem é necessário que a audição esteja íntegra.
Estudos recentes realizados por pesquisadores da Universidade do Colorado, E.U.A., comprovam que a detecção de alterações auditivas e a intervenção iniciada até os 6 meses de idade, garantem à criança, o desenvolvimento da compreensão e da expressão da linguagem, bem como, o seu desenvolvimento social comparável com as crianças normais da mesma faixa etária.
Por isso, o processo de detecção de alterações auditivas deve começar com a triagem auditiva neonatal – teste da orelhinha, acompanhada do diagnóstico e intervenção precoce. Os primeiros 6 meses de vida são decisivos para o desenvolvimento futuro da criança deficiente auditiva.

Como acontece o processo de desenvolvimento auditivo normal no bebê?
         Esse processo acontece durante o decorrer da vida do bebê e é dividido em algumas etapas:
Pré-natal
Quando atinge a 20ª semana de gestação, o feto humano possui uma espécie de capacidade auditiva. Esta capacidade auditiva irá desenvolver-se e amadurecer ao longo do resto da gravidez. O feto consegue ouvir sons produzidos no exterior do corpo da mãe, embora ouça muito melhor os sons de baixa freqüência do que os sons de alta freqüência
0 a 4 meses
A criança pode assustar-se com sons repentinos. Demonstra-se atenta e pode parar a atividade em resposta a um estímulo auditivo.
4 a 6 meses
Começa a virar a cabeça para o lado do som. Conhece sons familiares.
6 a 9 meses
Surge o balbucio, que é a repetição de sílabas. A criança começa a reconhecer o próprio nome.
9 a 12 meses
A criança já compreende ordens simples. Surgem também as primeiras palavrinhas.
12 a 18 meses
Compreende cerca de 50 palavras e também já aumentou bastante o seu vocabulário. Conhece algumas partes do corpo.
2 anos
Já se comunica predominantemente através da fala. Constrói frases de no mínimo 2 elementos, conhece partes do corpo, gosta de música e de ouvir histórias.
3 e 4 anos
Usa frases mais complexas, e consegue expressar melhor as suas necessidades. Consegue narrar um fato ocorrido com perfeição. As trocas articulatórias devem estar diminuindo nesta fase.
5 anos
Tem perfeito domínio de todos os fonemas. Conta histórias com perfeição. Usa tempos verbais, compreende ordens complexas.
Fique atento!
         Caso perceba que isso não está acontecendo com o desenvolvimento da linguagem de seu filho, tente observar se ele apresenta os sinais citados abaixo:
  • A criança não se assusta com sons fortes.
  • Ela não procura localizar a fonte sonora de som, por exemplo voltando a cabeça na direção da pessoa que esta falando. Um bebê com 5 ou 6 meses de idade com audição normal, tentará, normalmente, localizar a fonte do som.
  • A criança, de um modo geral, precisa de um volume de som mais alto para poder escutar. Costuma-se sentar muito próximo da televisão ou aumenta o volume do som. Diz “o que” com muita freqüência quando falam com ela e parece não reagir quando a chamam.
  • A criança mexe, freqüentemente, nos ouvidos, o que poderá ser um indício de pressão ou de infecção no ouvido.
  • Não reage normalmente aos sons e por volta dos 6 meses de idade não reage quando a chamam pelo nome.
  • Por volta dos 12 meses de idade a criança não entende instruções simples, tais como “vai buscar a bola e traz ao papai” se não estiver olhando diretamente para o pai e para os movimentos do seu corpo.
  • A criança retrai-se do contato social e reage, eventualmente, com agressividade. Poderão ser manifestações da frustração que sente por causa dos constantes mal-entendidos que são uma conseqüência da perda de audição.
  • É freqüente a criança entender errado as indicações que lhe são dadas verbalmente.

        
       Esses sinais podem ser um indicativo de que a audição do seu filho não está num perfeito estado, podendo haver alguma alteração.
        Nesse caso, é necessário procurar um fonoaudiólogo, pois ele é um profissional capaz de orientar os pais em relação aos exames que devem ser feitos para que haja um diagnóstico o mais rápido possível. A partir disto se inicia a fase de intervenção, como uso de aparelhos auditivos, implante coclear e terapia fonoaudiológica – o que proporcionará um bom desenvolvimento da audição do bebê, se refletindo na sua saúde e desenvolvimento geral.
        Independentemente de seu filho apresentar um problema auditivo, é bom estar sempre atento ao desenvolvimento da linguagem -  pois, aos 4 anos, ele não deve mais apresentar trocas, distorções ou omissões de sons na fala. Caso isso ocorra, procure ajuda profissional. Há terapias apropriadas a cada caso, realizadas por meio de "exercícios" e outros métodos simples que ajudarão a criança corrigir os problemas apresentados gradativamente.
        Mas lembre-se: quanto mais cedo, melhor!


Por: Sylvia de Almeida Prado Bauer
Fonoaudióloga, especialista em Audiologia Clínica pela UNIMEP. Atua em audilogia adultos (Hospital Foccus -V.Mariana/SP); Triagem Auditiva Neonatal (Maternidade de Campinas); Terapia fonoaud. (atend. domiciliar); Escolas de Ed. Infantil.
E-mail: bauersylvia@yahoo.com.br

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